IAPPF

SOBRE O IAPPF

(por Marcio Roberto Santim da Silva)

O objetivo do presente instituto é estabelecer um canal de comunicação com leitores, tanto leigos quanto acadêmicos, sobre diversos temas relacionados aos processos de formação e desenvolvimento do indivíduo, existentes na sociedade contemporânea, com ênfase para suas dimensões psicológicas e filosóficas.

Além de aspectos comumente discutidos nos meios universitários com relação aos referidos temas, a proposta deste instituto também é promover a reflexão e o debate acerca de assuntos pouco trabalhados nas universidades, entre eles: pedagogia Waldorf, física quântica, astrobiologia, fenômeno OVNI (objeto voador não identificado), filosofias orientais, yoga, religiosidade etc.

Dentro das ciências humanas, especificamente, não é comum encontrar espaço para a pesquisa sobre essas questões que acabam se constituindo frequentemente como tabus ou chacotas. Um dos efeitos dessa atitude é um sério bloqueio no desenvolvimento dessas áreas científicas bem como da própria sociedade. Fato esse facilmente constatado na diferença abismal encontrada, em termos de crescimento, entre as ciências exatas e as humanas em que, nesta última, em pleno século XXI ainda são debatidas questões colocadas por filósofos da Grécia antiga.

Além disso, ainda não foram resolvidos problemas fundamentais para a efetiva constituição da dignidade humana, tais como: violência contra os mais frágeis (mulher, crianças, idosos), trabalho escravo, guerras, fome etc. O leitor pode alegar que essas questões são de outra ordem, por se referirem à política ou à religião. Porém, política e religião não devem ser descartadas do leque de objetos de estudo e de intervenção pertencentes às ciências humanas, pois se assim for, teremos uma ciência alienada, voltada apenas para aspectos teóricos, sem qualquer tipo de práxis social.

Por outro lado, no que diz respeito às ciências exatas, o acelerado desenvolvimento do aparato tecnológico, observado no último século, tem demonstrado que, pelo menos em termos instrumentais, a fronteira entre ficção e realidade é extremamente tênue. Inclusive, considerando-se algumas tecnologias bastante utilizadas atualmente, tais como a Internet, os filmes de ficção científica criados no final do século XX parecem ter sido totalmente ultrapassados.Porém, não devemos visualizar apenas os fatores progressivos proporcionados pela alta tecnologia, pois quando verificamos o nível negativo de desenvolvimento humano e o desequilíbrio do ecossistema, desnudam-se as faces regressivas desses tipos de avanços e, neste ponto, caberiam às ciências humanas e biológicas aponta-las e estuda-las, a fim de viabilizar alguma forma eficaz de intervenção.

Mas, considerando-se alguns dos assuntos pouco estudados pelas ciências humanas, citados anteriormente, o leitor poderia perguntar: o que a Astrobiologia teria a ver com a Psicologia? A princípio, nada. Mas se pensarmos que a NASA já anunciou a existência de vários exoplanetas (planetas localizados fora do nosso sistema solar) com condições atmosféricas semelhantes ao planeta Terra e ampla possibilidade de abrigar vida, pergunto: como seriam as reações psicológicas das pessoas diante de uma revelação oficial afirmando a existência de uma suposta forma de vida infinitamente mais inteligente se comparada ao ser humano? Certamente que, se isso acontecer, teremos um sério problema para psicólogos, filósofos, padres, pastores etc.A mídia, por sua vez, não proporciona mínimas condições para uma discussão séria sobre esses tipos de assuntos. O sensacionalismo, como recurso comercial utilizado até a exaustão pelos meios de comunicação, colabora muito para a desinformação e ignorância das pessoas com relação a vários fatos.Como foi dito inicialmente, trataremos, neste espaço, de diversos temas, principalmente sob a forma de artigos que propiciem análises e discussões sérias sobre questões existenciais, sem o afã de oferecer respostas à infinidade de indagações que podem ser sintetizadas na seguinte pergunta que o saudoso e grande artista Antônio Abujamra fazia várias vezes aos seus entrevistados no final de seu programa, Provocações, exibido pela TV Cultura: “o que é a vida?”.Se observarmos a vida com humildade, sem fazermos juízos preconceituosos e inflexíveis, todo o mistério que a envolve pode adquirir o aspecto de encanto e de desafio; atitude que, talvez por si só, consiga desfazer a aura ofuscada que paira sobre o mundo atual desencantado.