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MÍDIA, CIÊNCIA E COVID-19

Por: Márcio Santim

“Mantenham as pessoas obesas; mantenham-nas distraídas e mantenham-nas entretidas, com truques, choques e besteiras. Isso infelizmente é o tipo de coisa que tem ocupado o lugar das notícias e da informação. Então o que vemos hoje é um mundo no qual a percepção está sendo controlada por no máximo cinco grandes corporações midiáticas que controlam coletivamente: revistas, jornais, empresas de notícias, sítios na internet, emissoras de TV, filmes, documentários.”

Esse preocupante trecho (a partir de 1h:20min40seg) foi extraído do documentário Sirius produzido em 2013, baseado no livro Hidden Truth, Forbidden Knowledge, escrito pelo médico e ufólogo norte-americano Steven Greer, com direção de Amardeep Kalkaem.

O referido documentário apresenta depoimentos de ex-funcionários do governo e militares norte-americanos, focado basicamente no encobrimento a nível mundial existente sobre várias questões que seriam cruciais ao interesse público, tais como: fenômeno Ovni; tecnologias não poluentes com baixo custo e de fácil acesso para todas as pessoas; energia antigravitacional etc.

Quanto às citações inseridas no início do artigo, que por sinal nos dias atuais, nem tanto parecem remeter a teorias da conspiração, tenho praticamente certeza de que ninguém irá discordar delas, tanto é que tal tipo de situação tem se tornado cada vez mais comum no universo midiático, a ponto de seus dirigentes nem se esforçarem para disfarçar esses tipos de conduta.

Além desses elementos citados no documentário dos quais os meios jornalísticos têm se ocupado bastante em implementar, acrescento um outro que me parece bastante atual, principalmente por conta da pandemia, mas certamente também existia antes, que é a implantação do medo e do desespero coletivos em determinadas ocasiões.

Poderia citar outros fatos para ilustrar vários tipos de omissões e manipulações realizados por essas grandes corporações responsáveis pela produção e transmissão de informações, porém, para não me estender demais vou me deter na discussão sobre a pandemia em razão da atualidade e da prioridade desse assunto no nosso cotidiano.

Antes de qualquer crítica que possa ser a mim direcionada, não quero em momento algum menosprezar a gravidade da Covid-19 nem a seriedade da sua repercussão a nível econômico, social e psicológico.

Contrariamente, tenho plena convicção de que se trata de uma questão gravíssima, principalmente quando pensamos em pessoas que nunca conviveram com situações caracterizadas por sensações de morte iminente, tais como aquelas experimentadas por famílias estabelecidas em campos de refugiados ao fugir de governos opressores ou por diversos moradores de favelas, que convivem diariamente com as mazelas resultantes do narcotráfico cujas regras de funcionamento escapam ao controle estatal.

A princípio, parece-me que um dos principais objetivos da mídia, tem sido o de convencer as pessoas, por meio da imposição do medo, de que a única saída para essa catástrofe sanitária seria a aplicação da vacina.

É certo também que as outras atividades preventivas, tais como a utilização de máscara e a higienização com álcool gel também são bastante divulgadas por esses meios, a fim de serem complementadas com a vacina e assim dar uma maior tranquilidade ao público diante da pandemia.

E nesse momento, não se pode negar a eficácia das vacinas quanto à imunização de um grande contingente populacional. No caso do Brasil, o município de Serrana, localizado no interior de S. Paulo é um bom exemplo a ser citado. Além, é claro, de outros países que tiveram parte significativa da sua população vacinada e diminuíram drasticamente o número de internações em decorrência do enfraquecimento dos efeitos nocivos produzidos pelo vírus no organismo das pessoas.

Obviamente que diante do surgimento de novas cepas mais resistentes tanto ao sistema imunológico quanto aos medicamentos existentes, ainda não é possível detectar com exatidão o grau de eficácia promovido pelas vacinas.

Também é importante salientar que até agora não há elementos suficientes que permitam concluir a ocorrência de uma significativa diminuição na transmissão, principalmente se considerarmos a necessidade da utilização de máscara, até mesmo por entre pessoas que tomaram todas as doses recomendadas.

No entanto, a forma como a mídia tem apresentado em termos de caráter educativo esse assunto para as pessoas é bem limitada, pois ela se coloca como divulgadora e representante da ciência, sem minimamente se questionar sobre se há efetivamente unanimidade na ciência frente a um fenômeno tão novo e desafiador.

Penso que esse tipo de unanimidade científica está distante de se estabelecer, considerando-se a complexidade do problema em que diariamente são desenvolvidas pesquisas com todos os tipos de substâncias no intuito de se tentar encontrar alguma solução eficaz para esse imbróglio. 

Infelizmente, não temos observado esse debate nos meios de comunicação em razão do temor de que a partir da prestação de maiores esclarecimentos ao público, aumente a resistência das pessoas em tomarem as vacinas.

Provavelmente, há um grande interesse econômico subjacente por parte das produtoras e revendedoras das referidas drogas para garantir que seus produtos sejam massivamente consumidos a nível mundial, como único meio para se combater à covid-19.  É uma regra básica mercadológica: a procura nunca poderá ser inferior à oferta.

Na maior parte das vezes, essa discussão é colocada em um nível muito raso em termos científicos, ou seja, politizando uma questão de suma importância em termos de saúde pública.

Essa forma de politização que estamos cansados de acompanhar se constitui como uma nefasta cortina de fumaça que impede ou no mínimo dificulta o entendimento e a tomada de decisões por parte das pessoas. E além do mais, desencadeia as mais variadas formas de polarização em que a complexidade da política se converte apenas a conceitos e a atitudes estéreis de “esquerda” e de “direita”.

O fato de as pesquisas terem avançado significativamente com relação à aplicação das vacinas para se combater a Covid-19 e ter se tornado a corrente hegemônica nos meios acadêmicos, não deveria excluir ou calar outras evidências igualmente científicas, submetidas a critérios de validação que lhes são inerentes.

Poderia e deveria haver complementariedade, mas os indícios são a existência de interesses escusos que nem sequer deixam esses debates se sucederem na mídia, sem os acalorados e alienados discursos políticos que visam primordialmente manter e colocar os seus representantes no poder, fazendo com que toda a máquina pública trabalhe em favor de interesses particulares, alheios aos coletivos.

Um exemplo de resultados ainda bem pouco divulgados nos meios de comunicação de massa, são os efeitos promissores verificados nos estudos realizados com a utilização de altas doses da vitamina ou, para ser mais preciso, hormônio D.  

Será que em razão desse hormônio ter um baixo custo na sua forma sintética ou por não se poder patentear a energia solar que estimula a sua produção pelo próprio organismo, não há o interesse de expor essas pesquisas para a discussão dentro da mídia?

Volto a dizer, isso não significa que outras substâncias devam substituir a vacina, pois não são necessariamente excludentes entre si, tal como somos informados e pressionados a acreditar, podendo ser perfeitamente complementares. Tudo depende dos resultados científicos alcançados e desde que cumpram efetivamente uma das suas funções sociais que é a de trazer benefício efetivo às pessoas.

Não se educa ninguém utilizando exclusivamente métodos impositivos do medo ou do pânico. Haja vista a relutância de muitas pessoas no mundo inteiro em aceitar tomar a vacina. Certamente que é necessário respeitar o poder de destruição da doença e tomar todas as precauções necessárias para se evitar o contágio e a transmissão.

Mas isso por si só, a massiva exposição do terror mediante a constante divulgação do número de mortes, não basta.  Há necessidade de se ir além; de se realizar amplas divulgações do conhecimento acadêmico que não esteja vinculado a apenas uma vertente, mas que abra o leque para outras possibilidades igualmente científicas para que aqueles que criticam o chamado negacionismo não sejam eles próprios reflexos de sua crítica: negacionistas.

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POR MÁRCIO SANTIM